quarta-feira, 10 de junho de 2015

MARIDO DE EX-PRESIDENTE DA ALESE TRABALHOU EM AASSOCIAÇÃO

Esposo de Angélica cobria plantões em Unidade da família
Vanderbal: plantões em hospital mantido pela família da esposa (Foto: Cesar Oliveira/Arquivo Alese)
O deputado estadual Vanderbal Marinho (PTC) foi citado em depoimento de testemunha arrolada pela defesa em processo movido pela Procuradoria Regional Eleitoral contra os 24 deputados estaduais que exerceram mandato na legislação passada relativo a supostas irregularidades na distribuição das verbas de subvenções repassadas pela Assembleia Legislativa a entidades do terceiro setor.
Na manhã desta terça-feira, 9, o diretor administrativo Márcio Antonio Góes Ribeiro confirmou que o parlamentar trabalhava como médico na Associação Unidade de Saúde Angélica Guimarães, no município de Japoatã. A entidade era comandada pela mãe da ex-deputada Angélica Guimarães, foi beneficiada pelas verbas de subvenções e, por não prestar contas, foi obrigada a devolver os recursos que recebeu no ano passado.

Segundo o diretor administrativo, o deputado Vanderbal Marinho, esposo da ex-deputada Angélica Guimarães, frequentava a Associação e exercia atividade profissional como médico, integrando a escala de plantão. “O esposo dela [Angélica Guimarães] fazia alguma coisa por lá, quando tínhamos dificuldade para fechar a escala, ele cobria e ia pra lá dar plantão como médico autônomo”, ressaltou o diretor administrativo da associação.
Carlos Vieira: afastamento da associação no final de 2014 (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)
O parlamentar, à época, segundo o diretor administrativo, exercia a atividade remunerada e, como os demais profissionais prestadores de serviços, recebia a remuneração em valores que variavam de acordo com o número de plantões prestado. O advogado Fabiano Feitosa, que atua na defesa dos parlamentares, não vê irregularidade no fato do parlamentar prestar serviço à entidade administrada pela família Guimarães. “Ele trabalhava como médico devido à escassez de médicos. Quando faltava, ele prestava o serviço e recebia. Não recebia o pagamento das verbas de subvenções, ele recebia pelo convênio do hospital com o Governo do Estado de Sergipe”, explicou o advogado.

Sem respingos

A procuradora Eunice Dantas considerou relevantes as informações prestadas pelo diretor administrativo da Unidade de Saúde Angélica Guimarães, revelou que já tinha conhecimento dos serviços prestados pelo deputado à associação, mas descarta a possibilidade destas revelações respingarem no mandato de Vanderbal Marinho. “Ele não é réu no processo, então não terá nenhuma implicação no mandato dele. Isso só mostra o vínculo familiar”, destacou a procuradora, numa referência à entidade que era administrada pela mãe da ex-deputada Angélica Guimarães.

Miguel Cajé [ao centro]: serviços prestados em hospital
Aquela entidade foi beneficiada por verbas de subvenções e, no ano passado, foi obrigada a devolver os recursos, na ordem de quase R$ 600 mil, que teria recebido irregularmente. A entidade recebeu verbas de subvenções em 2014, sem prestar contas dos recursos destinados pela Assembleia em 2013. A prestação de contas para a liberação de novas verbas é critério primordial para o repasse das subvenções.

Portal Infonet tentou ouvir o deputado Vanderbal Marinho, mas não obteve êxito. A assessoria da Assembleia Legislativa se comprometeu a dar um retorno, mas até o momento não se manifestou. O Portal Infonet permanece à disposição. Informações devem ser encaminhadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (79) 2106 – 8000.

Dispensado

Os médicos Carlos Vieira Santos e Miguel Dantas Cajé também prestaram depoimentos na manhã desta terça, 9. Eles disseram apenas como atuavam enquanto profissionais. “Eu fiz o óbvio na associação: trabalhar, que é a minha especialidade”, ressaltou Carlos Vieira, que se afastou da atividade naquela unidade de saúde no final do ano passado. “Porque comecei a ficar velho, deixei a atividade”, justificou.

A defesa considerou importante o depoimento dos médicos. “Mostra que as verbas de subvenções eram bem utilizadas”, considerou o advogado Fabiano Feitosa. O outro médico, Carlos Roberto de Góes Ramos, também arrolado pela defesa, foi dispensado pelos próprios advogados que o requisitaram. “O depoimento das outras testemunhas já foi suficiente. Os outros médicos ratificaram como era feito o serviço no hospital, mostra que as verbas não tiveram desvio”, ressaltou o advogado Márcio Conrado.

Por Cássia Santana
fonte: infonet.com.br