quarta-feira, 12 de março de 2014

INTOXICAÇÃO ALIMENTAR! MAIS DE 100 OPERÁRIOS VÃO PARAR EM HOSPITAL EM ARACAJU

Mais de 100 são atendidos no Huse e cerca de 15 estão graves
Operários atendidos no PS do Huse (Fotos: Càssia Santana/Portal Infonet)
Mais de uma centena de operários da construção civil ficaram intoxicados depois que ingeriram a refeição servida em diferentes canteiros de obras de seis empresas da área de construção civil em Aracaju. No Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) foram atendidos 100 pacientes entre às 8h30 e às 13h desta terça-feira, 11, no setor de urgência e emergência, mas a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil avalia que cerca de 250 operários foram afetados por desidratação, vômitos e diarreia, entre a noite da segunda-feira, 10, e a madrugada desta terça-feira.
Há suspeição de intoxicação alimentar, mas a causa ainda é desconhecida segundo a médica Lycia Diniz, diretor técnica e coordenadora do Pronto Socorro do Huse, que esteve à frente dos atendimentos na ala de catástrofe do hospital que, embora pronta, ainda não tinha sido utilizada.
Dos pacientes atendidos, cerca de 15 são considerados graves e apresentam, inclusive, sangramento. Estes pacientes, segundo a médica, deverão permanecer internados, sem previsão de alta médica.
Lycia Diniz assina os atestados: suspeita de intoxicação alimentar
Os pacientes que obtiveram alta médica no final da manhã desta terça-feira, 11, deverão manter afastados da atividade por um período de cinco dias, mediante prescrição médica para que o quadro de desidratação não se agrave.
“Ainda não sabemos qual o tipo de intoxicação nem o que causou, se uma bactéria, uma toxina de bactéria, salmonela...”, comenta a médica Lycia Diniz. “Os pacientes que estão de alta receberão hidratação oral e acreditamos que a situação vai se estabilizar”, diz.

Todos os operários afetados pela intoxicação apresentaram praticamente os mesmos sintomas: calafrio, vômito, diarréia e febre. “Meu marido chegou em casa e logo depois começou a ter frio, calor e vomitando muito”, comentou Maria Aparecida Lima Correia, que está fazendo campanha para que as empresas suspendam o contrato com o fornecedor da alimentação e repassem estes valores às famílias para que as esposas dos operários preparem as refeições e as levem aos canteiros de obras diariamente.

Investigação
Régis Alves: intoxicação criminosa
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Raimundo Luiz Reis, já protocolou denúncia no Ministério Público do Trabalho pedindo a investigação da ocorrência. A alimentação dos operários das construtoras são fornecidas por uma única empresa.

O empreiteiro Régis Alves da Silva fez questão de acompanhar os operários que trabalham na empresa dele e levanta a suspeita de que a intoxicação foi criminosa, fruto de algum produto misturado premeditadamente por alguém que tem o interesse de prejudicar o fornecedor de alimentos.

“Esta empresa fornece alimentos há muitos meses para a nossa empresa e nunca aconteceu isso. É alguém querendo prejudicar. A gente tem muito prejuízo, mas o maior prejuízo é do fornecedor”, observa.

Ele garante que a alimentação servida na segunda-feira, 10, não apresentava irregularidades. “Conversando com os trabalhadores e eles disseram que a comida não oferecia nenhum cheiro nem gosto desagradável. É algo que precisa ser investigado”, observou.

Operários são transportados em topiques
Portal Infonet tentou contato com representante do fornecedor dos alimentos, mas não obteve êxito. O Portal Infonet permanece à disposição da empresa. Informações podem ser enviadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (79) 2106 – 8000.

Por Cássia Santana
Fonte: www.infonet.com.br